Como a Bíblia Chegou até nós?

A questão de quais livros pertencem a bíblia é chamada de questão canônica. A palavra cânon significa régua, vara de medir, regra, e, em relação a bíblia, refere-se à coleção de livros que passaram pelo teste de autenticidade e autoridade; significa ainda que esses livros são nossa regra de vida. Como foi formada esta coleção?

Os testes de canonicidade

Em primeiro lugar é importante lembrarmos que certo livros já eram canônicos antes de qualquer teste lhes se aplicado. Isto é como dizer que alguns alunos são inteligentes antes mesmo de se lhes ministrar uma prova. Os testes apenas provam aquilo que intrinsecamente já existe. Do mesmo modo, nem a igreja nem os concílios eclesiásticos jamais concederam canonicidade ou autoridade a qualquer livro; o livro era autêntico ou não no momento em que foi escrito. A igreja ou seus concílios reconheceram certos livros como a palavra de Deus e, com o passar do tempo, aqueles assim reconhecidos forma colecionados para formar o que hoje chamamos Bíblia.

Que testes a Igreja aplicou?

Havia o teste de autoridade do escritor. Em relação ao Antigo Testamento, isto significava a autoridade do legislador, ou do profeta, ou líder em Israel. No caso do Novo Testamento, o livro deveria ser escrito ou influenciado por algum apóstolo para ser reconhecido. Em outras palavras, deveria Ter a assinatura ou aprovação de algum apostolo . Pedro, por exemplo, apoiou a Marcos, e Paulo a Lucas.
Os próprios livros deveriam dar alguma prova intrínseca de seu caráter peculiar, inspirado e autorizado por Deus. Seu conteúdo deveria  se demonstrar ao leitor como algo diferente de qualquer outro livro por comunicar a revelação de Deus.
O veredito das Igrejas quanto a natureza canônica dos livros era importante. Na verdade, houve uma surpreendente unanimidade entre as primeiras igrejas quanto aos livros que mereciam lugar entre os inspirados. Embora seja fato que alguns livros bíblicos tenham sido recusado ou questionados por uma menoria, nenhum livro cuja autenticidade foi questionada por um número grande de igrejas veio a ser aceito posteriormente como parte do cânon.


A FORMAÇÃO DO CANÔN

O cânon da escritura estava-se  formando, é claro, à medida que cada livro era escrito, e completou-se quando o último livro foi terminado. Quando falamos da “formação” do cânon estamos realmente falando do reconhecimento dos livros canônicos pela igreja. Esse processo levou algum tempo. Alguns afirmam que todos os livros do Antigo Testamento havia sido colecionados e reconhecidos por Esdras, no V século a.C. referências no escrito de Flávio Josefo (95 a.D.). Em Esdras 14* (100 A.D.) indicam a extensão do cânon do Antigo testamento como os 39 livros que hoje aceitamos. A discussão do chamado Sínodo de Jamnia (70-100 a.D.) parece Ter partido desse cânon. Nosso Senhor delimitou a extensão dos livros canônicos do Antigo Testamento quando acusou os escribas de serem culpados da morte de todos os profetas que Deus enviara a Israel, de Abel a Zacarias (Lc 11.51). O relato da morte de Abel está, é claro, em Gênesis; o de Zacarias se acha em 2 Crônicas 24.20-21, que é o ultimo livro na disposição da bíblia hebraica (em lugar do nosso Malaquias). Para nós, é como se Jesus tivesse dito: “Sua culpa está registrada em toda bíblia de Gênesis a Malaquias”. Ele não inclui qualquer dos livros apócrifos que já existiam em Seu tempo e que continham relatos das mortes de outros mártires israelitas.
    O primeiro concílio eclesiástico a reconhecer todos os 27 livros do Novo Testamento foi o concílio de Cartago, em 397 a.D. alguns livros do antigo testamento, individualmente, já haviam sido conhecidos como canônicos muito antes disso (2 Pe 3.16; l Tm 5.18) e a maioria deles foi aceita como canônica no século posterior ao dos apóstolos (Hebreus, Tiago, 2 Pedro, 2 e 3 João e Judas foram debatidos por alguns tempo). A seleção do Cânon foi um processo que continuou até que cada livro provasse o seu valor, passando pelos testes de canonicidade.
    Os doze livros apócrifos do antigo testamento jamais foram aceitos pelos Judeus ou por nosso Senhor no mesmo nível de autoridade dos livros canônicos. Eles eram respeitados, mas não foram considerados como escrituras. A septuaginta (versão grega do Antigo testamento canônico. Jerônimo (c.340-420 A.D.), ao traduzir a vulgata, distinguiu entre os livros canônicos e os eclesiásticos (que eram apócrifos), e essa distinção acabou por conceder-lhes uma condição de canonicidade secundária. O concílio de Trento (1548) reconheceu-os como canônicos, embora os reformadores tenham rejeitado tal decreto. Em algumas versões protestantes dos séculos XVI e XVII, os  apócrifos foram colocados à parte.

O texto que dispomos é confiável?

Os manuscritos originais do antigo testamento e suas primeiras cópias forma escritos em pergaminho ou papiro, desde o tempo de Moisés (c. 1450 a.C.) até o tempo de Malaquias (400 a.C.). Até a sensacional descoberta dos rolos do mar morto em 1947 , não possuíamos cópias do Antigo Testamentos anteriores a 895 A.D. A razão disso acontecer era a veneração quase supersticiosa que os judeus tinham pelo texto e que os levava a enterrar as cópias, à medida que ficavam gastas demais para uso regular. Na verdade, os massoretas (tradicionalistas), que acrescentaram os acentos e transcreveram a vocalização entre 600 e 950 A.D., padronizando em geral o texto do antigo testamento, engendraram maneiras sutis de preservar a exatidão das cópias que faziam. Verificavam cada cópia cuidadosamente, contando a letra média de cada página, livro e divisão. Alguém disse que qualquer coisa númeravel era numerada. Quando os rolos do mar morto ou manuscritos do mar morto foram descobertos, trouxeram a lume um texto hebraico datado do segundo século a.C. de todos os livros do Antigo testamento á exceção de Ester. Essa descoberta foi extremamente importante, pois forneceu um instrumento muito mais antigo para verificarmos a exatidão do texto massorético, que se provou extremamente exato.
    Outros instrumentos antigos de verificação do texto hebraico incluem a Septuaginta (tradução grega preparada em meados do terceiro século a.C.), os targuns aramaicos (paráfrases e citações do antigo testamento), citações em autores cristãos da antiguidade, a tradução latina de Jerônimo (a Vulgata, c. 400 A.D.), feita diretamente do texto hebraico corrente em sua época.
    Todas essas fontes nos oferecem dados que asseguram um texto extremamente exato do Antigo Testamento.
    Mais de 5000 manuscritos do Novo Testamento existem ainda hoje, o que o torna o mais bem documentado dos escritos antigos. O contraste é surpreendente.
    Além de existirem  muitas cópias do novo testamento, muitas delas pertencem a uma data bem próxima dos originais. Há aproximadamente setenta e cinco fragmentos de papiro datados  desde 135 A.D. até o oitavo século, possuindo partes de vinte e cinco dos vinte e sete livros, num total de 40% do texto. As muitas centenas de  cópias feitas em pergaminho incluem o grande códice Sinaítico (quarto século), o Códice Vaticano (também do quarto século) e o códice Alexandrino (quinto século). Além disso, há cerca de 2000 lecionários (livretos de uso litúrgico que contém porções das Escrituras), mais de 86.000 citações do Novo Testamento nos escritos dos Pais da Igreja, antigas traduções latina,* siríaca e egípcia,** datadas do terceiro século, e a versão latina de Jerônimo. Todos esses dados, mais o trabalho feito pelos estudiosos da paleografia, arqueologia e crítica textual, nos asseguram possuirmos m texto exato e fidedigno do Novo Testamento.



BIBLIOLOGIA – A DOUTRINA DAS ESCRITURAS

I – INTRODUÇÃO

TERMINOLOGIA

BÍBLIA: Derivado de Bíblion, “rolo” ou “livro” (Lc 4.17).
ESCRITURAS: Termo usado no NT para os livros sagrados do AT,  que eram considerados por Deus (2 Tm 3.16; Rm 3.2). Também é usado no NT com referências a outras porções do NT (2Pe 3.16).
PALAVRA DE DEUS: Usada em relação a ambos os testamentos em sua forma escrita (Mt 15.6; Jo 10.35; Hb 4.12)

B)ATITUDES EM RELAÇÃO À BÍBLIA

1)RACIONALISMO
Em sua forma extrema nega a possibilidade de qualquer revelação sobrenatural.
Em sua forma moderada admite a possibilidade de revelação divina, mas essa revelação fica sujeita ao juízo final da razão humana.

2)ROMANISMO
A bíblia é um produto da igreja; por isso a bíblia não é autoridade única ou final

3)MISTICISMO
A experiência pessoal tem a mesma autoridade da bíblia

4)NEO-ORTODOXIA
A bíblia é uma testemunha falível da revelação de Deus na palavra, Cristo.

5)SEITAS
A bíblia e os escritos do líder e o fundador de cada seita possuem igual autoridade.
6)ORTODOXIA
A bíblia é a nossa única base de autoridade.

C)AS MARAVILHAS DA BÍBLIA

1)SUA FORMAÇÃO: Levou cerca de 1500 anos.
2)SUA UNIDADE: Tem cerca de 40 autores, mas é um só livro
3)SUA PRESERVAÇÃO
4)SEU ASSUNTO
5)SUA INFLUÊNCIA


II) REVELAÇÃO

A)DEFINIÇÃO: “Um desvendamento; especialmente a comunicação da mensagem divina ao homem.”

B)MEIOS DE REVELAÇÃO
1)PELA NATUREZA (Rm 1.18-21;Sl 19)
2)PELA PROVIDÊNCIA (Rm 8.28;At14.15-17)
3)PELA PRESERVAÇÃO DO UNIVERSO (Cl 1.17)
4)ATRAVÉS DE MILAGRES (Jo 2.11)
5)POR COMUNICAÇÃO DIRETA (At 22.17-21)
6)ATRAVÉS DE CRISTO (Jo 1.14)
7)ATRAVÉS DA BÍBLIA (1 Jo 5.9-12)

III)INSPIRAÇÃO

A)DEFINIÇÃO
Inspiração e a ação supervisionadora de Deus sobre os atores humanos da Bíblia de modo a, usando suas próprias personalidades e estilos, comporem e registrarem sem erro as palavras de Sua revelação ao homem. A inspiração se aplica apenas aos manuscritos originais (chamados de autógrafos).

B)TEORIAS SOBRE A INSPIRAÇÃO
1)NATURAL
Não há qualquer elemento sobrenatural envolvido. A bíblia foi escrito por homens de muito talento
2)MÍSTICA ou ILUMINATIVA
Os autores bíblicos foram cheios do Espírito Santo como qualquer crente pode ser hoje
3)MECÂNICA ou TEORIA DA DITAÇÃO
Os autores bíblicos foram apenas instrumentos passivos nas mãos de Deus, como máquinas de escrever com os quais Ele teria escrito. Deve-se admitir que algumas partes da bíblia foram ditadas(e.g., os dez mandamentos).
4)PARCIAL
Somente o não conhecível foi inspirado (e.g., criação, conceitos espirituais)
5)CONCEITUAL
Os conceitos, não as palavras, foram inspirados.
6)GRADUAL
Os autores bíblicos foram mais inspirados que os outros autores humanos.
7)NEO-ORTODOXA
Autores humanos só poderiam produzir um registro falível
8)VERBAL E PLENÁRIA
Esta é a verdadeira doutrina e significa que cada palavra (verbal) e todas as palavras (Plenária) foram inspirados no sentido da definição acima.
9) INSPIRAÇÃO FALÍVEL
Uma teoria, que vem ganhando popularidade, de que a bíblia é inspirada mas não isenta de erros.

C)CARACTERÍSTICAS DA INSPIRAÇÃO VERBAL E PLENÁRIA
1)A verdadeira doutrina é válida apenas para os manuscritos originais.
2)Ela se estende as próprias palavras.
3)Vê Deus como o superintendente do processo, não ditando aos escritores, mas guiando-os.
4)Inclui a inerrância

D)PROVA DA INSPIRAÇÃO VERBAL E PLENÁRIA
1)2 Timóteo 3.16Theopneutos, soprado por Deus, afirma que Deus é o autor das escrituras e que estas são o produto de sopro Criador.
2)2 Pedro 1.20-21. O “como” da inspiração – homens “movidos” (lit.”carregados”) pelo Espírito Santo.
3)Ordens específicas para escrever a palavra do Senhor (Ex 17.14; Jr 30.22).
4)O uso de citações (Mt 15.4; At 28.25).
5)O uso que Jesus fez do Antigo Testamento (Mt 5.17; Jo 10.35)
6)O Novo Testamento afirma que outras partes do N.T. são escritura (1 Tm 5.18; 2 Pe 3.16).
7)Os escritores estavam conscientes de estarem escrevendo a palavra de Deus (1 Co 2.13; 1 Pe 1.11-12)

E) PROVAS DE INERRÂNCIA
1)A fidedignidade do caráter de Deus (Jo 17.3; Rm 3.4)
2)O ensino de Cristo (Mt 5.17; Jo 10.15)
3)Os argumentos baseados em uma palavra ou na forma de uma (Gl 3.16, “descendente”; Mt22.31-32, “sou”).

IV – CANOCIDADE (Veja também “Como a Bíblia chegou até nós)

CONSIDERAÇÕES FUNDAMENTAIS
1)A bíblia é auto-autenticável e os concílios eclesiásticos só reconheceram (não atribuíram) a autoridade inerente no próprio livro.
2)Deus guiou os concílios de modo que o cânon fosse reconhecido

O CÂNON DO ANTIGO TESTAMENTO
1)Alguns afirmam que todos os livros do cânon do antigo testamento foram reunidos e reconhecidos sob a liderança de Esdras. (quinto século a.C.)
2) O Novo testamento se refere ao antigo Testamento como Escritura (Mt 23.35; a expressão de Jesus equivaleria a dizer hoje “de Gênesis a Malaquias”; cf. Mt 21.42;22.29).
3)O Sínodo de Jamnia (90 A.D.). Uma reunião de rabinos judeus que reconheceu os livros do Antigo testamento, embora houvesse alguns que questionassem Ester, Eclesiástes e Cantares de Salomão.

OS PRINCÍPIOS DA CANOCIDADE DOS LIVROS DO NOVO TESTAMENTO

1)APOSTOLICIDADE -  O livro foi escrito ou influenciado por algum apóstolo?
2)CONTEÚDO – Seu caráter espiritual é suficiente?
3)UNIVERSALIDADE – Foi amplamente aceito pela igreja?
4)INSPEIRAÇÃO – O livro oferecia prova interna de inspiração?

A FORMAÇÃO DO CÂNON DO NOVO TESTAMENTO

O período dos apóstolos: Eles reivindicaram  autoridades para seus escritos (1Ts 5.27; Cl 4.16)
O período pós-apóstolico: Todos livros foram reconhecidos exceto Hebreus, 2 Pedro, 2 e 3 João.
O concílio de Cartago, 397, reconheceu como canônicos os 27 livros do Novo testamento

V – ILUMINAÇÃO

Em Relação aos não-salvos
1)Sua Necessidade (1Co 2.14; 2 Co 4.4).
2)O ministério de convencimento do Espírito (Jo 16.7-11).

Em relação ao Crente
1)Sua Necessidade (1 Co 2.10-12; 3.2).
2)O ministério do ensino do Espírito (Jo 16.13-15).

VI – INTERPRETAÇÃO

A)PRINCÍPIOS DE INTERPRETAÇÃO
1)Interpretar História e gramaticalmente.
2)Interpretar de acordo com os contextos imediato e mais amplo
3)Interpretar em harmonia e com toda a Bíblia, comparando escritura com escritura.

B)DIVISÕES GERAIS DA BÍBLIA
1)Antigo Testamento
a) Livros Históricos : de Gênesis a Ester
b) Livros poéticos : de Jó a Cantares de Salomão
c) Livros proféticos : de Isaías a Malaquias

2)Novo Testamento
Evangelhos : de Mateus a João
História da Igreja : Atos
Epístolas : de romanos a Judas
Profecia : Apocalipse

C)ALIANÇAS BÍBLICAS
Noética (Gn 8.20-22)
Abraãmica (Gn 12.1-3)
Mosaica (Êx 19.3; 40.38)b
Palestiniana (Dt 30)
Davídica (2 Sm 7.5-17)
Nova aliança (Jr 31.31-34; Mt 26.28)

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